O primeiro registro da mitologia kaingang devemos a Telêmaco Borba, que publicou, emo mito de origem do povo kaingang e o mito da origem do milho. Os Cayrucrés e os Camés cansados, afogaram-se; suas almas foram morar no centro da serra Depois ele fez uma anta, ordenando-lhe que comesse gente e bichos. Caso em confronto, as criaturas Kamé saem vencedoras — mais uma vez, os Kamé saem na frente. Narrativas atualizadas empregam esta fórmula para tratar de temas do catolicismo popular. Ritual e xamanismo Carimbo de taquara kaingang.
Os Kaingang vivem em mais de 30 Terras Indígenas que representam uma pequena parcela de seus territórios tradicionais. Em todos os casos, contudo, sua estrutura social e princípios cosmológicos continuam vigorando, sempre atualizados pelas diferentes conjunturas pelas quais vêm passando. Inicialmente, os Kaingang e os Xokleng foram classificados quanto uma só etnia com dialetos diferentes, sendo os Xokleng denominados Aweikoma-Kaingang por Métraux no Handbook of South American Indians. Mesmo com essas variações percebe-se que os Kaingang, em geral, passaram a valorizar o uso da linguagem materna como um elemento importante, politicamente, para afirmar a legitimidade de suas lutas pela terra. No entanto, verifica-se a presença de famílias vivendo nas zonas urbanas e rurais próximas às TIs. A história do contato entre os Kaingang e os colonizadores europeus teve início ainda no século XVI, quando alguns grupos que viviam restante próximos ao litoral atlântico tiveram contatos com os primeiros portugueses. Após terem fugido dos ataques dos bandeirantes paulistas, os jesuítas fundaram novas reduções na Província do Tape, entre e contemporâneo Estado do Rio Grande do Sul. Como foram poucos os que aceitaram viver sob o comando dos jesuítas, os Kaingang viveram livres nas regiões de campos e florestas do sul do país até o século XIX, quando foram conquistados. Foram onze expedições organizadas entre epelo Tenente-coronel Afonso Botelho com o objetivo de reconhecer e tomar posse das pastagens naturais existentes no interior da Província.
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